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Adolescência, além dos muros: o que a série da Netflix revela sobre a dor silenciosa das famílias

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Ontem assisti à série Adolescência , da Netflix. Do início ao fim, ela é angustiante. Apesar da minha experiência atuando em unidades socioeducativas — femininas e masculinas —, a série me confrontou com algo que raramente conseguimos enxergar de forma integral no cotidiano institucional: a vivência das famílias, especialmente das mães, que permanecem do lado de fora, mas sentem a dor tão intensamente quanto quem está privado de liberdade. Na prática profissional como assistente social, lidamos com os adolescentes, com os prontuários, com as medidas, com a reintegração. Mas muitas vezes, mesmo nos nossos melhores esforços, a família aparece de forma fragmentada: como visita, como responsável legal, como contexto social. Difícil é ver — ou ter tempo para ver — a complexidade do sofrimento emocional dessas famílias. Na série, a família de Jamie não tenta apenas entender o que aconteceu. Ela busca, o tempo todo, justificar ausências, encontrar falhas em si mesma, assumir culpas que tal...