“Nossos Tempos” (Netflix, 2025)

 


1. Viagem no tempo e seus dilemas sociais


Em “Nossos Tempos”, a protagonista Nora e seu marido Héctor, ambos físicos, viajam de 1966 para 2025. Enquanto Héctor enfrenta dificuldades para se adaptar, Nora se destaca e cria novos caminhos .

Essa narrativa traz à tona o choque entre velhos paradigmas e novos tempos – um paralelo potente com as mudanças sociais (educação, gênero, direitos humanos) que precisamos enfrentar até hoje.


2. Mulher na ciência: superação, protagonismo e visualização


Nora representa muitas cientistas: mesmo com talento e coragem, herda barreiras de gênero e invisibilização histórica. Seu protagonismo em 2025 demonstra:


A persistência feminina diante da discriminação;

A construção de novos espaços de reconhecimento profissional;

O retrato das dificuldades que muitas mulheres ainda enfrentam no meio acadêmico e científico;


3. Valorização feminina e representatividade


O filme dá voz à autonomia feminina frente aos contextos que limitam — sejam eles reconhecidos por sistemas ou pela própria família. Ao mostrar Nora triunfante no futuro, reforça que nem toda trajetória segue o caminho tradicional, reforçando a necessidade de:


Reconhecer diferentes formas de sucesso;

Valorizar trajetórias que rompem padrões;

Exaltar a pluralidade feminina dentro e fora dos centros acadêmicos;


4. Voz, consciência e futuro


Desde discordâncias entre Nora e Héctor até a afirmação dela em um novo tempo, o filme provoca reflexões sobre:


1- Que vozes ainda lutam para existir?

2- Quem ainda está fora das mesas de decisão?

3- Como podemos, enquanto profissionais de Serviço Social, impulsionar essas potências nos territórios?


💡 Para utilização didática

  • Roda de conversa com jovens: o que mudou e o que precisa mudar.
  • Oficina sobre trajetórias femininas inspiradoras.
  • Atividade de escuta: quem são as “Nora” da sua comunidade?
  • Exercício de projeto de vida: quais saberes silenciados merecem visibilidade?


“Nossos Tempos” combina uma comédia romântica de ficção científica com um retrato sociopolítico importante: 

resistência feminina, adaptação a novos tempos e construção de protagonismo. Embora se incline ao romantismo, ele ainda abre portas para reflexões sobre gênero, ciência e direitos.


Uma cena marcante, para mim, é quando Nora descobre, com espanto e admiração, que existe um Dia Internacional da Mulher, a cena vai além da surpresa: ela revela uma lacuna histórica de reconhecimento.

Para quem veio de 1966, o simples fato de haver um dia para celebrar, lembrar e reivindicar os direitos das mulheres é um marco — um símbolo de que, mesmo com retrocessos, há avanços conquistados a muitas vozes e lutas.

Mas o mais bonito é ver como, naquele momento, Nora entende que o tempo dela finalmente chegou.

E que ela não está mais sozinha.

Há uma rede.

Há memória.

Há futuro.

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