A Virgem Vermelha: uma história real que nos desafia a pensar o Serviço Social para além do visível
O filme A Virgem Vermelha (2024), dirigido por Paula Ortiz, é baseado na história real de Hildegart Rodríguez, uma jovem prodígio criada por sua mãe, Aurora Rodríguez, para ser a mulher perfeita do futuro.
Intelectual precoce, ativista socialista e defensora dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres nos anos 1930, Hildegart era o "projeto de vida" de sua mãe — até o momento em que tentou seguir seus próprios caminhos.
Ao buscar autonomia, Hildegart rompeu com as expectativas de Aurora, que não suportou vê-la fora do roteiro que havia traçado. O desfecho da história é trágico, mas profundamente simbólico.
Por que esse filme importa para o Serviço Social?
Porque ele não é apenas uma biografia. É um retrato doloroso sobre os limites entre cuidado e controle, sobre relações familiares adoecidas, e sobre como o amor, quando marcado por dominação, pode se tornar destrutivo.
A história de Hildegart nos obriga a refletir sobre temas centrais da nossa prática:
✔️ Autonomia e projeto de vida: quantos adolescentes, mulheres e sujeitos que atendemos ainda vivem prisioneiros de expectativas alheias?
✔️ Saúde mental e relações familiares: quantos casos de adoecimento emocional estão ligados a dinâmicas de silenciamento, excesso de controle e apagamento da subjetividade?
✔️ Opressão de gênero: quantas mulheres ainda são moldadas para cumprir papéis, mesmo quando seus talentos e desejos apontam para outros caminhos?
✔️ Violência não física: aquela que sufoca, que exige perfeição, que nega a escolha. A que vem disfarçada de proteção.
Um filme, muitas camadas. E uma prática que precisa ser crítica.
O Serviço Social atua para além do atendimento. Nosso papel é promover escuta, reconhecer subjetividades, garantir direitos e fortalecer sujeitos para que construam seus próprios projetos de vida.
A Virgem Vermelha é um lembrete doloroso de que, quando não há espaço para escolha, não há liberdade.
E quando não há liberdade, a autonomia deixa de existir — e com ela, a dignidade.
🎬 Disponível no Prime Video, o filme é uma excelente ferramenta para reflexões interdisciplinares, rodas de conversa e formações sobre autonomia, saúde mental, gênero e direitos humanos.
E você? Já assistiu? O que mais te tocou nessa história?
Compartilha nos comentários. Vamos transformar histórias em reflexão — e reflexão em prática crítica.
Comentários
Postar um comentário