Resgatando a Mulher Selvagem: uma leitura essencial para assistentes sociais que trabalham com grupos de mulheres



Em nossa atuação como assistentes sociais, especialmente junto a grupos de mulheres, buscamos constantemente ferramentas que possibilitem espaços de escuta, fortalecimento de vínculos e resgate da autonomia. É nesse contexto que trago uma indicação de leitura que tem me atravessado profundamente:

o livro Mulheres que Correm com os Lobos, da psicanalista junguiana Clarissa Pinkola Estés.

Trata-se de uma obra que vai além da leitura técnica: ela nos convida a uma escuta simbólica, poética e profunda da alma feminina — algo essencial em tempos em que a subjetividade tem sido cada vez mais medicalizada, silenciada ou invisibilizada.

Uma citação que ecoa:

“Dentro de cada mulher vive uma vida secreta, uma força poderosa cheia de bons instintos, paixão criativa e sabedoria eterna. Ela é a Mulher Selvagem, a guardiã da alma feminina.”

Essa frase sintetiza o que muitos de nossos grupos buscam: reconexão com a própria voz, com a intuição e com os desejos mais autênticos.
Ao trabalharmos com mulheres que enfrentam vulnerabilidades sociais, violências ou processos de apagamento simbólico, oferecer espaços de resgate da subjetividade torna-se um ato político.

Uma leitura que transforma

Esse é um livro que não se lê com pressa.
É necessário tempo, pausas e até releituras. Estou fichando, sublinhando, anotando nas margens… porque é impossível não rabiscar!
Cada história e cada metáfora nos convida a refletir não só sobre a prática profissional, mas também sobre nossa própria trajetória enquanto mulheres, cuidadoras, profissionais e agentes de transformação.

Para além da leitura: práticas com grupos

Inspirada nessa obra, elaborei uma atividade prática para grupos de mulheres, intitulada “Resgatando a Mulher Selvagem”.
É uma proposta de oficina que convida as participantes a criarem um “mapa simbólico” de sua essência — por meio de colagens, palavras e símbolos que representam sua identidade profunda.
Uma forma sensível e potente de favorecer o autoconhecimento, o pertencimento e o empoderamento.

Se quiser baixar o PDF da atividade gratuitamente, me chama lá no Instagram @assessoriaeconsultoriass ou acesse aqui: "Escutando minha Voz Interior"


Conclusão

Mulheres que Correm com os Lobos é uma leitura que recomendo com entusiasmo a todas as colegas assistentes sociais — especialmente aquelas que atuam em grupos reflexivos, oficinas de convivência ou serviços voltados à equidade de gênero.

Ler Clarissa é também nos permitir acessar outras formas de saber e cuidar.

E você, já leu essa obra? Como ela tocou sua prática?
Vamos trocar ideias nos comentários!




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